“Contributos para a História da Rádio em Angola” é o título de um livro a ser lançado esta quinta-feira, às 16h00, no pátio da Luanda Antena Comercial (LAC), na capital do país, sob a coordenação de Maria Luísa Fançony, Guilherme Mogas e Fernando Nogueira.

Na nota de abertura do livro, Carlos Ferreira escreve que “entre uma dose inimaginável de ingenuidade e uma larga percentagem de sentido solidário e de espírito de sacrifício, não conseguimos, ainda hoje, a uma distância temporal já considerável, uma explicação lógica para o fenómeno que constituiu a acção da Rádio Nacional, em Angola, na pós-independência, concretamente no pós-Maio de 1977”.

Prossegue que “pelas qualidades raras de pessoas que lá trabalhavam e que, entre muita alegria, uma grande e solidária transmissão de conhecimento, alguns desencontros, mas acima de tudo uma profunda cumplicidade, nos permitiram estar sempre à frente nos inúmeros campos em que a actividade da Rádio Nacional se espraiou, para muito longe até do que seria o seu objecto social.”

Carlos Ferreira realça que simples coincidência ou conjugação de vários factores, a verdade é que as gerações mais novas que se interessam por estudos desta natureza, devem procurar estudar as razões que levaram a Rádio Nacional de Angola a tornar-se um “fenómeno de multidões” e a criar uma ligação poderosamente profunda com as populações, fosse na capital, fosse nos lugares mais recônditos da Terra-Mãe que nos viu nascer.

“Volvidos tantos anos, a ideia de deixar em livro, para memória futura, pedaços dessa História (e de imensas histórias e estórias…) é o cumprimento de um dever para com nós próprio(a)s, sujeitos activos de um tempo belíssimo, mesmo que às vezes ‘perigoso’ para com o(a)s que já partiram”.

Concluiu que “fique, pois, neste livro o(s) testemunho(s). Para que não se deixe esquecer como os serviços de radiodifusão de um país – ainda em consolidação e então acabado de nascer – podem e devem cumprir o seu papel de serviço público. Com orgulho, sem vaidade, mas com a mais profunda consciência do dever cumprido”.

A cerimónia de lançamento está aberta a todos os depoentes e todos os interessados em possuir um exemplar.